Continuidade operacional no Amazonas: como desenhar um plano de energia N+1 para sua fábrica
Interrupções de rede podem ocorrer por distúrbios do SIN, eventos climáticos severos e falhas em elementos de controle. No Amazonas, a logística e a geografia ampliam o custo do downtime. Um plano N+1 bem implementado — com dois geradores menores em paralelo, UPS para cargas críticas, ATS em cascata e rotas claras de manutenção — reduz drasticamente o RTO (Recovery Time Objective) e mantém qualidade de energia para automação e TI.
1) O que aprendemos com grandes perturbações
No dia 15/08/2023, uma grande perturbação provocou interrupções que afetaram dezenas de milhões de consumidores. A recomposição controlada de carga foi coordenada pelo ONS ao longo do dia. Em regiões com menor malha redundante, como parte do Norte, eventos assim expõem a necessidade de fonte própria pronta para assumir rapidamente. ([ONS][8], [O Setor Elétrico][9])
2) Pilares de um desenho resiliente
- Topologia N+1: dois grupos de 600 kVA, por exemplo, podem substituir 1 × 1000 kVA com mais flexibilidade. Em manutenção de um set, o outro mantém produção mínima.
- Sincronismo e compartilhamento de carga: AVR e governadores com controle isócrono/droop; verificação de estabilidade sob variação rápida.
- UPS + gerador: UPS de dupla conversão cria “ponte” até a estabilização do gerador; ajuste do retificador para não “bater” na partida.
- ATS e seccionamento: ATS principal e secundários por área crítica; tempos de transferência e retorno à rede com histerese para evitar comutações desnecessárias.
- Gestão de combustível: tanque do dia, polimento de diesel e plano de reabastecimento seguro (ver Artigo 3).
3) Testes e conformidade
Setores regulados ou de missão crítica se apoiam em NFPA 110 para rotinas de teste (ex.: exercício mensal com carga, inspeções semanais), quando não há diretriz específica do fabricante. Ainda que a NFPA 110 seja uma norma norte-americana, sua organização de manutenção é uma referência útil no Brasil para criar disciplina operacional, principalmente em ambientes industriais com auditorias. ([Kohler Resources][11])
4) Roadmap típico de implantação
- Diagnóstico de cargas e classificação por criticidade (produção, utilidades, TI, segurança).
- Estudos de curto-circuito/queda de tensão e partidas (motores, chillers, UPS).
- Especificação N+1 com paralelismo, ATS e UPS; estudo térmico/ventilação da casa de máquinas.
- Comissionamento com carga (load bank + testes dinâmicos).
- Planos de manutenção: checklists semanais/mensais/trimestrais e simulações de blackout. ([Kohler Resources][11])
5) KPIs que importam para o PIM
- Tempo de transferência até estabilização (segundos).
- Disponibilidade anual do sistema (> 99,9% como meta interna).
- Consumo específico (L/kWh) e autonomia com tanque cheio.
- Horas entre falhas e tempo médio de reparo.
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Fontes e leituras
- ONS – Relatório da perturbação 15/08/2023 e notas ao público. ([ONS][8], [O Setor Elétrico][9])
- NFPA 110 (guia/white papers explicativos de fabricantes para rotinas). ([Kohler Resources][11])
- Dados econômicos recentes do PIM (demanda por continuidade). ([SEDECTI][3], [Agência Gov][4])